Tanishq Abraham tem 9 anos de idade. Ele gosta de assistir Disney Channel, Nickelodeon e Looney Tunes, mas tem uma frustração: não o deixam entrar na faculdade. “Se uma pessoa de 80 anos pode se formar, então uma criança de 8 anos também deveria ter a chance”, ele argumenta, sem um pingo de insegurança ou falsa modéstia. Acontece que, quando o assunto é capacidade intelectual, Tanishq não tem muitos motivos para ser modesto.
Aos 4 anos, ele entrou para a Mensa, sociedade internacional fundada em 1946, para reunir os cidadãos com com o mais alto QI do planeta. Os famosos gênios. Ele só não é a pessoa mais nova a ingressar na entidade, pois sua irmã, Tiara, entrou com a mesma idade. Aficionado por ciência, Tanishq tem um gosto especial por astronomia: o garoto participou da descoberta de tempestades solares e exoplanetas, já publicou diversos artigos científicos e na semana passada foi o mais novo palestrante a realizar uma apresentação em uma conferência da Nasa.
Nascido nos Estados Unidos e filho de indianos, Tanishq esbanja orgulho de suas origens: “O Bóson de Higgs tem esse nome por causa de Satyendra Bose, um cientista indiano”, ele lembra. O garoto também mostra uma aguçada e incomum preocupação com questões sociais e ambientais. Critica a cultura dos carrões norte-americanos, que “gastam muita gasolina e poluem demais” e diz que a saída para a desigualdade social é a educação. Apesar de novo, ele não tem tempo a perder. Seu objetivo é ser liberado para entrar na faculdade com 10, 11 anos no máximo (se dependesse dele, já estaria lá). Depois, quer ser um cientista famoso e presidente dos EUA. A gente não duvida.
Tanishq Abraham conversou com a Galileu e falou sobre a rotina de uma criança gênio: uma mistura de desenho animado, ciência lunar, Michael Jackson, música clássica, Youtube e programação em Python.
Tanishq Abraham conversou com a Galileu e falou sobre a rotina de uma criança gênio: uma mistura de desenho animado, ciência lunar, Michael Jackson, música clássica, Youtube e programação em Python.
Veja como foi a entrevista:
Quando as pessoas perceberam que seu QI era mais alto que a média?Minha mãe foi a primeira pessoa a notar. Quando eu tinha 4 meses ela comentou com meu pai e ele não acreditou.
Quando as pessoas perceberam que seu QI era mais alto que a média?Minha mãe foi a primeira pessoa a notar. Quando eu tinha 4 meses ela comentou com meu pai e ele não acreditou.
Quando não está na escola, o que você gosta de fazer?Tanishq Abraham: Eu brinco com minha irmã ou então navego na internet: gosto de ler e pesquisar sobre assuntos científicos. Também assisto TV e programo: eu entendo de Python e estou aprendendo C# e HTML. Leio livros tipo Hardy Boys (série clássica de histórias sobre irmãos adolescentes que investigam crimes) e revistas de tecnologia. Sempre que posso uso meu telescópio durante a noite.
Você gosta de música também, certo? Toca algum instrumento?Sim, eu amo música. Faz três anos que eu participo do San Francisco Boys Chorus. Eu e minha irmã também começamos a aprender piano com 3 anos de idade e já participamos de vários recitais. Eu também gosto de compor, mas agora estou sem tempo, já que estou mais interessado em meus projetos de pesquisa científica.
O que você gosta de ouvir? Gosta de Justin Bieber?Eu gosto de música clássica, rock, pop, hip-hop e música cristã. Eu costumo escutar músicas no Youtube, especialmente de crianças talentosas...Já vi alguns vídeos do Justin Bieber e eles eram bons. Gosto muito da música You Raise Me Up do Josh Groban, além de algumas do Michael Jackson. Também curto dançar, aprendo muito com vídeos no Youtube.
Qual o conceito científico você tem mais dificuldade em entender?Com 7 anos eu fiz um curso de astronomia e meus colegas não compreendiam as ideias de Einstein e a Teoria Geral da Relatividade, mas eu achei tranquilo. Minha mãe era da minha sala, ajudei ela a entender o assunto.
Quais são suas matérias preferidas no colégio?Ciência, ciência e ciência. Pode ser paleontologia, geologia, astronomia, ciência lunar, ciência terrestre, astrobiologia, microbiologia, neurociência, física, química, nutrição. Gosto de ler sobre civilizações passadas, evolução e a Bíblia. Não gosto de literatura inglesa e matemática às vezes é chata.
O que você quer ser quando crescer?Desde os 5 anos eu quero ser um cientista famoso, que vai descobrir algo novo para o mundo. Depois, quero ser presidente dos EUA. O presidente Obama sempre me inspirou, também gosto do Abraham Lincoln e do George Washington. Já escrevi algumas cartas pro Obama, ainda estou esperando as respostas!
Na sua opinião, qual a melhor maneira de combater o aquecimento global?Nos EUA, as pessoas usam uns carros enormes que usam muita gasolina e acabam poluindo demais. O transporte público deveria ser mais acessível também: em países da Europa e da Ásia isso já se vê. Carros híbridos e elétricos também são uma opção. Meus pais têm um desses eu acho legal.
Você se preocupa com questões sociais? Sim, por isso que se eu for presidente eu poderei trazer uma mudança, especialmente no sistema educacional. As pessoas não ligam muito para a educação no meu país. Ter educação é legal. Te faz uma pessoa melhor, um mundo melhor.
Você já publicou artigos em uma revista científica. Você pode contar um pouco sobre eles? Eu escrevi para a revista da Peninsula Astronomical Society, O primeiro texto foi publicado quando eu tinha 7 anos, em 2011. Desde então, três outros artigos saíram por lá. Eu tratei de vários assuntos, como as diferentes galáxias que existem, o descobrimento de uma supernova, de um exoplaneta e de uma tempestade solar. Os meus dois primeiros artigos estão no site da Nasa
Você acredita em vida extraterrestre? Eu fui à uma conferência sobre o tema mês passado e pude conferir a fala de alguns dos cientistas mais pioneiros dessa área. Existe a possibilidade de achar vida microscópica, já que foi descobriram a existência de gelo em diversas luas: a nossa, a de Júpiter e a de Saturno. També podem existir extremófilos (organismo que vivem em condições ambientais extremas), assim como na Terra, que podem se desenvolver para formas mais complexas de vida.
Albert Einstein disse que a imaginação é mais importante que o conhecimento. Você concorda? No meu caso, eu prefiro o conhecimento à imaginação. Mas isso não quer dizer que eu não sonhe, não imagine coisas... Normalmente, eu tenho ideias enquanto leio a aprendo sobre conceitos novos. Às vezes eu conto pros meus pais o que eu pensei, mas nem sempre eles me entendem!
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI313882-17770,00.html
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Um gênio é um gênio!
#arrasou!
Andreh Carvalho
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