terça-feira, 7 de maio de 2013

Projeto da "cura gay" deve ser discutido na próxima quarta-feira na Câmara


O polêmico projeto que altera uma das resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP) quanto a homossexualidade será discutido na próxima quarta-feira (08), depois de ter sido colocado novamente em pauta pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, o deputado e pastor Marco Feliciano.

O texto do projeto, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), dá liberdade para que profissionais da área de Psicologia tratem de pessoas que desejam "rever" a sua orientação sexual. Segundo o relator da proposta, Anderson Ferreira (PR-PE), "todo o ser humano tem direito a procurar ajuda e tentar entender um conflito interno".

O parlamentar acredita que a homossexualidade trata-se de um temperamento comportamental. "A pessoa pode querer uma ajuda para tentar entender seu comportamento. Por que o conselho impede ajuda para ele tentar entender o comportamento que está tendo naquele momento?", questionou o relator.

De acordo com Clara Goldman, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, o projeto em tramitação fere um marco na defesa dos direitos humanos. "Em nenhum momento a resolução [do CFP] cria obstáculos ao exercício profissional, mas oferece indicadores e situa a prática profissional em contextos éticos e tecnicamente qualificados", declarou.

"Se estamos lutando por uma sociedade livre de ódio, violência, preconceito, como retroceder a um patamar que o mundo já reconheceu como equivocado, que é a patologização (transformação em doença) da homossexualidade?", questionou Clara Goldman. Se passar pela Comissão de Direitos Humanos, o projeto deverá ser analisado ainda pela Comissão de Seguridade Social e Família e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A deputada Érika Kokay (PT-DF) acredita na aprovação do texto na Comissão, já que há uma posição clara e definida do presidente Marco Feliciano. No entanto e, felizmente, a deputada afirma que é pouco provável que a o projeto seja aprovado em outras comissões.

"O que os obscurantistas da Câmara querem é [que a homossexualidade] seja considerada uma doença e possibilitar que o profissional possa discriminar. Essa posição da CDHM, tenho certeza, não será referendada em outras comissões", declarou à Agência Brasil.

Em seu perfil no Twitter, Marco Feliciano escreveu que o projeto defende os profissionais de psicologia são procurados "por alguém com angústia sobre a sua homossexualidade".

É cada uma, que parecem duas!
Aff

Andreh Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário