terça-feira, 16 de abril de 2013

GABRIEL NERI - O ex-bancário que virou modelo por acaso

Gabriel Neri começou a carreira de modelo por acaso. Apesar dos preconceitos, o paulista de 23 anos faz sucesso na nova campanha do Disponível.com. Em uma conversa aberta, ele fala sobre assédio, carreira e seus futuros projetos.

Como você foi descoberto?
Fazia alguns meses que eu havia saído do emprego no banco e uns amigos meus que trabalham com eventos me falaram que eu tinha o perfil pra trabalhar com eles e me pediram pra fazer algumas fotos, foi aí que um amigo me indicou pra fazer algumas fotos com o Ronaldo Gutierrez. Não passava pela minha cabeça fazer outro tipo de trabalho, achava que seria só um material para trabalhar com eventos. Depois que as fotos ficaram prontas, começaram a falar que eu era modelo, e isso acabou virando verdade.
                                                                                                             
Depois que suas fotos foram divulgadas o assédio aumentou?
Aumentou sim, elas começaram a circular em vários locais da internet e como eu havia dito, começaram a falar que eu era modelo e o interesse das pessoas começou a aumentar.

E seus amigos? O que eles acharam?
Foi uma surpresa pra eles assim quanto foi pra mim. Um amigo me disse que quando viu as fotos que fiz para o site Disponível (Rede Social Gay): “Esse não é o Gabriel que eu conheço”. Esse lance de ficar fazendo poses e fotografando não fazia parte do meu universo, nunca me imaginei como modelo.

Falando nisso, como foi que você foi selecionado para a campanha do Disponível?
O Ronaldo (Gutierrez) publicou algumas fotos minhas no Facebook na época que o Augusto Rossi (diretor do site Disponível) estava fazendo a seleção, ele viu minha foto e disse que me queria para a nova campanha do site.

E você não teve medo do que as pessoas iriam pensar de ver você em uma campanha de um site de relacionamento gay?
Não tive medo, valorizo muito a minha liberdade em todos os sentidos. Hoje acredito que somos animais como qualquer outro, e todo animal deve ser livre e não engaiolado. A gaiola dos homens são nossas regras, muitas vezes desnecessárias.

Esse foi o seu primeiro trabalho e você já se destacou dos outros rapazes que fazem parte da campanha. Como você reagiu depois que viu a campanha?
Como tudo é tão novo pra mim, fiz o trabalho sem nenhuma pretensão e não imaginava a repercussão que iria ter. Fiquei surpreso depois que vi que eu tinha sido escolhido pra ser o garoto propaganda da marca.

Você já foi reconhecido? Já te pararam na rua?
O pessoal da academia de onde em treino e as pessoas que me conhecem me reconheceram na campanha. Mas teve uma vez na rua, quando estava correndo no parque, fui abordado por um usuário do site.

Tem perfil no site?
Não tenho. Não gosto muito de ficar no computador, prefiro o “ao vivo”.

Nunca conheceu nenhum namorado na internet?
Nunca! Até pra esses aplicativos de celular (Grindr, Scruff...) tenho preguiça, sou mais prático: Vi, gostei e levei. Se eu pensar demais, não levo.

E você costuma “levar” muitas pessoas?
Até que não sou, eu penso demais. Sou bem tranquilo quanto a isso e por enquanto estou solteiro.

Por enquanto? Já tem um pretendente a caminho?
Ainda não. Eu não procuro um relacionamento, mas acho que essa é tão curta que a única forma de fazer valer a pena de verdade é passa-la amando e sendo amado.


Você tem o perfil mais “rústico” e foge um pouco do padrão dos modelos que dominam o mercado. Teve dificuldade em arrumar uma agência para trabalhar?
Eu ainda não arrumei. A maioria dos contatos que fiz foi pela internet e o silêncio já dizia muita coisa...

É uma forma de preconceito velado?
Pode ser, um comentário que fiquei sabendo depois que alguém viu minhas fotos foi: “Esse baianinho quer ser modelo?”.

E a barba? Já pediram pra você tirar?
A barba fica! Sem a barba eu perco as forças. Saí do banco por causa dessas exigências idiotas, sou fã número 1 da liberdade e vou exercê-la. Odeio padrões, a heterossexualidade esta aí pra exemplificar.

E você se considera uma pessoa bonita?
Hoje eu acredito na maioria das pessoas. Então se falam que sou bonito, eu sou bonito.

Como você era na adolescência?
Eu era um adolescente comum, sempre fui tímido e gordinho. Desde pequeno eu era acima do peso e já cheguei a pesar 105 quilos, comecei a malhar com 18 anos e virou uma espécie neurose.

Como você faz pra cuidar do corpo?
Hoje vivo pra isso e cuidar de mim. Faço corrida, caminhada, natação e o treino na academia. Acredito que a gente é o que a gente come, e por isso procuro ter uma boa alimentação, sou muito neurótico com isso. Muito mesmo, meus amigos sabem que chego a ser chato na hora da comer.

Quer um chocolate?
Lógico que quero! Hoje como de tudo, e se não comer eu emagreço. O bom de exercitar é poder comer a “besteira” que quiser.
                                
Falando em corpo, como foi fazer as fotos sem roupa?
Tive um pouco de vergonha, mas topei logo de inicio. Acho que todos deveriam tirar a roupa e parar de frescura.

Se rolasse um convite pra posar totalmente pelado, você toparia?
Não sei. O legal do estilo do Ronaldo (Gutierrez) é a arte, é tudo muito artístico e não sensual. Eu admiro muito a arte, mas acho que toparia sim posar pelado.

E como foi trabalhar com o Ronaldo?
Incrível! Ele sabe conduzir a uma sessão de fotos como ninguém. É uma pessoa espetacular de trabalhar.

E projetos para o futuro?
Pretendo terminar a faculdade, pois adoro o que faço. E como modelo não tenho pressa, estou ansioso e não sei onde vou chegar, ou se vou chegar a algum lugar...

Fotos: Ronaldo Gutierrez
Texto: Luis Machado
Edição: Israel Carneiro

Uiiiiiiiiiiiiiiiiii
Já quero um bancários desses!
kkkk

Andreh Carvalho



Nenhum comentário:

Postar um comentário