Minha Queridinha. Ô, minha Queridinha. Eu tenho uma má e outra má notícia pra você. E eu diria mais: diria que vou contar a má e a outra má notícia com uma mágica matemática. Farei das duas uma só. E aqui vai: poucas, pouquíssimas meninas sabem fazer um oral com doçura, um oral sem frescura. E quase nenhum homem tem bolas e coragem de admitir isso a você.
Ah, sim, é hora de desabotoar umas tristes verdades sobre os baixos trópicos masculinos.Há um gigantesco e roliço problema em nossa educação carnal. A sua, a minha. Aprendemos as coisas tendo como referência duas lorotas: filmes pornôs e o lero de quem se carimba mais experiente do que você e que, portanto, vai lhe ensinar o que não sabe.
Quando eu vejo aquelas moças do DVD tratando a marcha masculina como uma vareta de pimenta, eu fico triste. Meninas, anotem: o segredo básico do bom boquete é tratar o Peru mais como um churro quentinho e menos como um cacet
UM MUNDO ANIMAL: O sexo oral é o mais difícil dos sexos. Eu penso no macaco e não lembro do macaco dando prazer à macaca com o beiço. Penso no kiko marinho se esforçando para tirar borbulhar de amor da kika marinha, e a imagem fica turva, não dá, não bate. Penso na benção das girafas, com aquele pescoção e a franquíssima capacidade de fazer um meia nove sem precisar plantar as bananeiras que os bípedes plantam. E nada.
Penso no mundo animal. Zero. Não existem referências. O Darwin, fosse ele escrever um manual do sexo, coçaria um bocado o cocuruto com o lápis. E quando fosse desenvolver umas linhas sobre o encontro da língua com o falo, diria: Galápagos, Galápagos! Vou para Galápagos!
Eu quero dizer, minha Tanguinha, que a grande revelação é: vocês fazem tudo errado no oral e a gente finge que tá tudo certo.
Mas não está! Não está! E eu lhe direi. Sim, lhe direi! Porque faz muito tempo que eu queria soprar aqui, à boca pequena, carinhosa e sincera: é hora de promover uma revolução no jeito com que as mocinhas digerem o pirulito de carne dos mocinhos.
UMA CONFISSÃO: Considere o brutal teatro da relação homem-mulher: a cama é o palco supremo das vergonhas. Olhando de fora, o voyeur vê sobre o lençol duas pessoas em petição de Troféu Imprensa. Atuações nível novela das oito. Umas reviravoltas Manoel Carlos. Uma coisa, assim, furrequíssima, canastrérrima. Mas que quase todo mundo segue. Sucesso de Ibope.
Enquanto o bom sexo oral milita num canal pago, escondidinho. Tudo porque eu tenho medo de dizer a você que, se tá tudo muito bom, tudo muito bem, realmente dava pra ser ainda melhor. O que não quer dizer que o felatio mediano seja ruim. Não é. Mas não é por um único motivo: mesmo que a moça trate o nosso picolé com o pior dos modos, ver você ali, com a boquinha aberta, a cabeça pro norte, pro sul, pro sul e pro norte, putz… É um polaróide do Éden. E bastaria.
Mas, percebam, minhas Chicletinhas, dá para ser melhor. Dá para ser além do puramente visual. Dá sim. Querem dicas? Eu dou as dicas. Mandem as crianças para a sala, se tranquem no quarto e pratiquem aí.
ESTILO MENTEX: Começo com um Woody Allen. O Woody ama ninfetas, toca clarinete e escreve uns troços geniais. O Woody Allen é o Chico Buarque sem Leblon. E você deve lembrar que, uma vez, ele regeu um filme, o Celebridade. Ali, há uma aulinha um pouco desastrada sobre o tema, mas esclarecedora. Diz lá que existem três pilares na boa transa odontológica: velocidade, profundidade e gentileza.
1) VELOCIDADE: o ideal é ser menos afoita. Imagina como é com vocês: tem dia que vocês gostam de mais força, outras noites, a vontade é de um ritmo suave. Do lado de cá é igual. Cada vez é uma vez. Um sexo animal conta uma história. E ele pode ser animal tipo tigre ou tipo passarinho. Pode ser feroz ou docinho. Por isso, prestem atenção na gente, meninas.
Sério. Homem tem uma profunda irritação interior: vocês adoram dizer que a gente não presta atenção aos seus gemidos ou que somos afoitos. Cês são iguais, Flores! Iguais. Não tem segredo. Escute, leia o corpo do rapaz. A gente tenta sim guiar a sua cabecinha linda para mostrar qual a velocidade do Creu que a gente quer naquela hora.
Abram o olho (metaforicamente, tá? Na hora, pode manter ele fechado pra gente não ficar com vergonha de escancarar as pálpebras vendo vocês trabalhando a plantação de agrião torrado. Sério. Eu sei que vocês sabem, mas não esqueçam: deixem o menino observar a cena. Aquilo forrará trezentos anos de sexo solitário em noites vindouras).
Um toque de mestre de obra: óbvio que cada moço curte dum jeito, mas, em geral, no início da sua descida ao Olimpo sensual, vá num ritmo um pouco mais lento para só depois acelerar. A variação é bem-vinda, com alternâncias de ritmo e pausas para se fixar somente em alguns pontos estratégicos.
2) PROFUNDIDADE: Quanto mais fundo, melhor. Assista o clássico Garganta Profunda e entenda por que é clássico. Existe uma garganta ali, e ela é profunda, faz um bercinho maravilhoso pra nossa criança guardada nas calças. Isso não quer dizer que você precisa engolir o negócio o tempo todo. Não. Variação, novamente, é o jogo. Mas não tem coisa mais chata do que mulher que fica só dando umas bitoquinhas na cabeça do pimpolho. É o famoso Boquete de Tia. Sério, não queria ganhar esse rótulo.
Um toque de mestre de obra: você pode trabalhar o mastro de várias formas, sabe? Por exemplo: não precisa apenas embrulhar o nosso cotonete com os lábios. Umas lambidas de cima para baixo, de baixo para cima são, são… Ah! Outra boa: você pode atacar a salsicha pela lateral, sabe. Pela horizontal. Como se estivesse para morder um hot dog (ATENÇÃO: NÁO É PARA MORDER!!). Mas umas chupadas, tipo beijoca, nas laterais. Beleza puríssima.
3) GENTILEZA: gera gentileza. Nada pior que uma mulher que não sabe controlar os dentinhos ou a pressão da boquinha. Não parece, mas o pinto é sensível e não é de cimento. Tem gatinha que trata o treco ali como se ele fosse um imenso calo. Não é, viu. E com o perdão da clareza: desembrulhar o piu piu requer tato. A região é sensível, meninas, por isso muito carinho, muita sedução.
Sério. Este é o quesito mais precioso de todos. É a hora que separa um namorado com um pacote de Negresco ou uma Maria Mole sob a cueca. O pinto não é tubo de pasta de dente. Não pode espremer muito. Tem moça que curte pegar e dar umas apertadinha. Sem exagero, é bacana. Mas se for com aquela gana de tirar as últimas gotas do tubo de mostarda, não, viu. Dói e, sério, onde é que você realmente acha que um torniquete vai causar prazer.
Um toque de mestre de obra: Tem um macete muito fácil,de decorar. É assim: pense sempre na coisa toda mais como um beijo e menos como chupar um sorvete. Funciona. Muito cuidado sempre com a cabecinha de baixo, a parte mais superior da raquete do seu namorado. Você realmente não precisa empurrar a capa, aquela pele que embrulha o presente, até lá embaixo. Não faz diferença e pode machucar. E aqui eu retorno ao início aos churros. Não esqueça dos churros. O churro é tudo.
Ah, santo sujeito esse senhor que criou os churros. Que beleza de doce. É lindo ver uma mulher atacando essa sobremesa. A gente vê um ensaio do paraíso. O churro é a pegadinha suprema do confeteiro. Ele ouviu tanto essa troça de queimar a rosca que falou: ah, então um dia vocês verão. E um dia nós todos vimos. Vocês comendo churros, quanto espetáculo, quanta doçura. E um homem, comendo um churro, quanta alegria, quanta piada.
Divago. O lance dos churros é: se você apertar demais, ele quebra. Mas se der beijinho, lambidinha, carinho, ele te dará em troca aquele monte de doce de leite guardado dentro. Metáforas. Metáforas…
UM BÔNUS: Que mais? Tem muito mais. Só não tem espaço. Eu gostaria de lhe contar como beijocas nas bolas podem ser boas. Como a sua língua deve trabalhar a região que começa no umbigo e desce até o paraíso. Gostaria de desenvolver um tratado sobre engolir ou não engolir. E falar como é bom ver você chupando o nosso e o próprio dedo. Ou, então, poderia batucar umas linhas sobre o uso de materiais alternativos (receitinha rápida: encha a boca de gelo, mastigue e engula o bichão. Você ganhará um pirulito de Halls e ele, um calafrio de prazer).
Queria falar disso tudo. Mas agora não dá. O que dá agora é uma última palavra: preste atenção e, se der, conversa com o sujeito. Ele não terá problema em te dar esse dedo de prosa sobre o coito oral, em dividir com você as tentativas de delícia. Ele verá problema zero em praticar no escurinho (mas nem tão escuro assim, que, repito, a gente até afasta o seu cabelo pro lado pra poder acompanhar a palestra) por horas, em busca da perfeita maneira de devorar o nosso pacote de biscoito.
http://colunas.revistamarieclaire.globo.com/falecomele/2010/04/19/qual-o-segredo-para-fazer-um-bom-sexo-oral-no-homem/
Pois é né?! kkk
Andreh Carvalho
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