Pouco conhecido e muito comentado no mundo ocidental, o sexo tântrico costuma ser descrito como uma longa troca de carícias em posições estranhas, sem penetração e, as vezes, sem orgasmo.
Alguns sites “especializados” no assunto reforçam essa percepção, descrevendo o sexo tântrico como um ritual cheio de regras e recomendando a abstinência do sexo “convencional” e o controle da ejaculação.
Não é bem assim. A cultura ocidental é pautada por “objetivos” e isso permeia a forma pela qual praticamos tudo na vida, incluindo o sexo. Essa visão contamina a “leitura” que fazemos quando observamos o sexo tântrico. Para nós, ocidentais, o objetivo do sexo é a penetração e o orgasmo.
O sexo tântrico é pautado pela intenção e, se desvestido dos rituais (que também tem sua função, mas essa é outra história), é uma deliciosa e divertida experiência.
A proposta de um casal que se dedique a praticar o sexo tântrico é estimular a Kundalini, que podemos descrever simplificadamente como a energia corporal (em outro momento farei uma postagem sobre o tema), utilizando toda a nossa capacidade sensorial (tato, olfato, audição, paladar, visão e outros sentidos mais sutís).
Trazendo a proposta para o repertório ocidental, vamos dizer que o que se pretende é aumentar o “tesão” mútuo, além dos limites conhecidos.
Adiar a penetração, principalmente para os “iniciantes”, é recomendável simplesmente porque estamos “programados” para interpretá-la como o ato principal ou final de uma relação sexual, mas não é “obrigatório (aliás, “obrigação” é uma palavra que não combina com o Tantra).
Um pequeno “truque” da prática do sexo tântrico é o reconhecimento da dificuldade que temos para “fazer” e “sentir” simultaneamente.
Para alcançar a plenitude do “sentir” nossa atenção precisa estar totalmente dedicada a isso, e a melhor predisposição é uma atitude “passiva”, receptiva.
E para chegar à excelência do “fazer” nossa atenção precisa estar totalmente dedicada a isso, numa atitude “ativa”, estimulante.
Colocar isso em prática significa que quando um parceiro está “estimulando” o outro deve estar “sentindo”, e ambos alternam essa postura durante o encontro, mantendo um único propósito (intenção) a cada momento.
Como, principalmente no caso masculino, o orgasmo pode momentaneamente reduzir o nível de energia (ou o tesão), uma boa ideia para os iniciantes é trocar de posição (ativa-passiva) quando quem recebe o estímulo sente sua aproximação.
Daí vem o “mito” de que o sexo tântrico é um ritual sem penetração ou orgasmo. Na verdade, adiar ambos é apenas uma recomendação útil para os que começam a praticá-lo, e ajuda a “desprogramar” nosso corpo oferecendo a possibilidade de experimentarmos novas sensações, mais intensas, de forma muito divertida.
A prática do sexo tântrico leva a resignificar vários elementos interessantes da sexualidade, tanto no aspecto sensorial como psicológico.
É, de fato, uma outra (e nova) experiência, mais profunda e rica do que o sexo convencional (que mantém seu valor “recreativo”, vale comentar), e que promove o desenvolvimento integral.
Embora seja possível (recomendo) aprender algumas técnicas interessantes em centros especializados, nada impede que seja experimentado sem orientação a qualquer momento, através da mudança de atitude e intenção, praticando a troca de posição ativa-passiva durante a relação.
A prática ritual do sexo tântrico é chamada de Maithuna (que também significa o encontro das “polaridades” masculino-feminino) e para ser bem realizada necessita algum preparo e desenvolvimento anterior.
http://kriyamaithuna.blogspot.com.br/2012/07/sexo-tantrico.html
E aí, tá a fim? Será que você consegue?
Andreh Carvalho
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