Há menos de duas décadas você não tinha pensado em consultar um webdesigner ou fazer um curso à distância vendo as aulas no computador. Se a tecnologia elimina alguns postos de trabalho, ela também cria novas profissões. O consenso entre futurólogos é que estamos entrando em uma era de confiança na ciência como nunca vivemos e, por isso, em alguns anos sua profissão não vai mais existir nos moldes de hoje.
Para traçar esse futuro, o governo britânico encomendou ao grupo Fast Future a pesquisa The Shape of Jobs to Come (A forma dos empregos que virão, em português), um estudo com 486 participantes de 58 países em 6 continentes para elencar quais seriam as profissões dominantes nos próximos 20 anos. Essas mudanças são projetadas sobre o que já está acontecendo hoje: urbanização intensa, aumento populacional e do número de idosos, popularização da ciência ajudam a definir para onde irá o mercado de trabalho nas próximas décadas.
Segundo a pesquisa, uma das áreas que vai gerar mais empregos até 2030 será consultoria de bem-estar para idosos (veja na página 80), profissionais capazes de articular diversas áreas da saúde para ajudar os velhinhos do futuro a viver melhor. Aliás, no mundo das novas profissões, articulador virou palavra-chave. Aqueles que souberem unir diferentes áreas do conhecimento para gerar novos serviços, passam a valer ouro. Por isso é que vale cursar diferentes graduações ou seguir especializações dentro de uma mesma área. O especialista em Direito Digital Eduardo Kruel é um dos raros profissionais na área no Brasil.
Seu diferencial dentro da profissão aconteceu, principalmente, pela dupla formação. “Antes de partir para o curso de direito, eu já tinha a graduação em tecnologia da informação.”
O Brasil está em posição privilegiada nesse cenário. Deve se firmar como um dos maiores poderes científicos mundiais por volta de 2025, se continuar seguindo a política de investimentos em pesquisas e colaboração internacional, diz um estudo de outra consultoria britânica, a Sigma Scan. Para se ter uma ideia, o número de cientistas formados dentro do país cresceu oito vezes nos últimos 15 anos. Já as carreiras que envolvam vendas e atendimento tendem a desaparecer. “Os serviços de e-commerce vão acabar com muitos postos locais. Logo mais, as livrarias serão apenas um local de encontros, já que a venda de livros online já supera o comércio nas lojas”, diz Michael T. Robinson, diretor da Career Planner, uma das maiores empresas americanas de aconselhamento profissional.
Mas então, o futuro é quase a realização de um episódio dos Jetsons, em que muitas das funções vão ser exercidas por robôs? Para o futurólogo britânico e autor do livro You Tomorrow, Ian Pearson, haverá espaço para o humano, especialmente nas artes. “Profissões de cuidados humanos ou artes não tendem a desaparecer. Quando queremos contato humano, não é só uma questão de performance ou eficiência. Às vezes é puramente uma questão de empatia. Precisamos saber que a outra pessoa pode nos compreender e se colocar em nosso lugar. Isso, só um outro humano pode fazer.”
por Gabriela Portilho
Ok gente! é hora de se preparar para o futuro!
Andreh Carvalho
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