quinta-feira, 17 de maio de 2012

'Abaixo a Ditadura da Paudurecência - Eles Querem o Direito de Negar Fogo'

Eles não pensam mais naquilo. Mentira. É evidente que o homem moderno ainda pensa em sexo como antigamente, salvo ligeiras modificações. Uma delas é a grande novidade: os direitos iguais entre homens e mulheres. Aquele direito comumente visto de sentir dor de cabeça e recusar uma trepada ou de dizer não quando não quiser transar. Não é verdade? Definitivamente não.

Ao homem moderno foi negado o direito de negar. Aquele machismo que discrimina mulheres com piadinhas é o mesmo que proíbe os homens de recusar sexo, seja pelo motivo que for e no tempo que for. O pensamento geral e consolidado é o de que homem é uma máquina sexual que serve como pau para toda obra. E – desculpem a grosseria – foda-se se o cara tá afim ou não. Esse pensamento geral não tem restrição. 
As mulheres podem o tempo todo dizer que não querem e afirmam que é bem diferente, que precisam estar relaxadas, que precisam de concentração e devem ser estimuladas. Enfim, muito complicado. Então elas deixam pra lá quando bem entendem. E os homens, criados sob a ditadura da barraca armada a qualquer momento, se sentem obrigados a estar preparados a hora que for e no momento que for sob acusação de “paumolecência” ou “viadagem” caso não o façam. E tratam com naturalidade a evolução de um comportamento que, muitas vezes, não os agrada.
O problema nisso tudo é que se esquecem de que a ereção masculina está diretamente ligada ao emocional e ao psicológico dele. Aquela briga com o chefe pode render uma bela duma vontade de chegar em casa, desligar o celular e dormir. Aquele concurso no dia seguinte pode deixar o cara tão nervoso que a insistência causará aquela broxada fenomenal da qual a namorada vai reclamar o resto da vida. A preparação masculina para a ereção passa tanto pela cabeça e pelo estímulo quanto a preparação feminina. Obviamente, tudo é mais fácil pra essa raça que levanta com qualquer rabo de saia, dirão vocês.

Imaginem um cara boa pinta, com os dentes no lugar, na frente daquela mulher que ganhou o concurso de Miss Horrenda do ano. O cara é realmente obrigado a comer a mulher sem que haja o mínimo de atração? Sexo deveria ser considerado principalmente pela vontade e pela atração sentido por ambos, independente do sexo. Se o cara quer, vai. Se não quer, não há nada demais em dizer “amanhã, hoje eu vou dormir”. Essa definição do homem-máquina só reforça a figura do brutamontes que só pensa naquilo. Aquele mesmo que as mulheres reclamam dizendo que só querem saber das bundas e peitos. 
Se a classe masculina é assim, é porque foi criada e moldada para ser assim. Tanto pela bagagem cultural que exige a ereção a qualquer hora do dia quanto pelas mulheres que pressionam a presença da figura masculina na hora em que bem entenderem.
A sociedade que trata o homem como um simples pau ereto, merece mesmo tomar bonito, com o perdão da palavra. Merece que aquele filme de domingo seja trocado por um tapa na bunda dela e por palavras de carinho como “chupa agora”. Merece que aquela “dor de cabeça” feminina seja respondida com um “tudo bem, eu vou procurar quem esteja disponível na rua”. Ao reduzir um homem à condição puramente sexual, a sociedade o reduz a pensar com a cabeça de baixo. Ela incita essas ações e não deve ter o direito de reclamar disso quando as coisas acontecerem. Afinal, nada mais natural que um homem tenha esse tipo de comportamento já que ele está sendo diariamente treinado a pensar só com aquilo. E naquilo.

Será que eles só pensam 'naquilo' mesmo!?
Acho que não, né gente!?

 Andreh Carvalho

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