A estreia do reality show A Fazenda 5, na noite dessa terça-feira (29), causou polêmica com a presença da atriz Léo Áquilla. Tudo porque a participante transexual – a segunda a ser confinada pelo programa - foi considerada integrante do time masculino e não teve a identidade de gênero respeitada. Essa é uma das maiores lutas do movimento pelo reconhecimento dos direitos das transexuais.
Com 16 peões – que geralmente são divididos igualmente entre sexos - Léo foi inclusa na divisão do grupo de oito homens. Além disso, o site da Rede Record fez uma votação para escolher o participante mais bonito e colocou Léo – que ostenta próteses de silicone - entre os bonitões e candidatos a galã.
O diretor de A Fazenda 5, Rodrigo Carelli, foi procurado pelo Virgula Famosos e informou, por meio da assessoria de imprensa da emissora, que a decisão de pertencer ao time masculino foi do próprio participante e que não houve desrespeito pela produção. Ele ainda informou que, apesar de Léo ter entrado na contagem dos homens, não existirá divisão das tarefas pelo sexo.
Na estreia do reality show, a artista afirmou que não se incomoda de ser chamada no artigo masculino. “Eu sou um menino que adora parecer uma menina”, disse, provocando a surpresa dos peões. “Sou menina e também sou menino”, completou.
Na terceira edição, a atriz transexual Nany People entrou no elenco do programa e, pelo fato de o grupo ser formado por 15 integrantes (número ímpar) não ficou claro para o telespectador a qual grupo Nany pertenceu. Durante as provas e no tratamento pelos famosos, sua identidade de gênero foi respeitada (ela era tratada como mulher pelo grupo).
MILITANTE DIZ QUE POSICIONAMENTO PREJUDICA
Especialista em comunidade travesti e transexual, a militante Majorie Marchi declarou que não é possível cobrar uma posição politicamente correta do programa, uma vez que Léo se permite se chamar no masculino ou feminino. Ela, todavia, diz que o argumento prejudica a luta da comunidade.
“O visual dele está reforçando um perigoso estereótipo negativo para as travestis e transexuais. Podem confundir transexual e travesti com o universo drag”, defendeu. “Nas lutas, falamos de trans na escola, banheiro feminino, emprego, e a imagem de vestuário e comportamento excessivo do universo drag que ele passa não condiz com a realidade”.
Ao responder se Leo representa a comunidade trans, a especialista é enfática: “De jeito nenhum. Ele representa a classe artística LGBT. Mas ainda transita nos dois mundos, ser trans para ele está ligado à beleza, e só. Qualquer pessoa que nos representa neste momento tem que assumir seu papel na luta pelo reconhecimento da identidade feminina”.
Acho que o preconceito está nos olhos de quem ver
#nadaaver
Andreh Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário